A entrevista coletiva para imprensa mais bizarra que já vi na vida aconteceu essa semana, e o pior, deixei de aproveitar a oportunidade e não inclui os pormenores na matéria e não servi o “molho” para o texto. Meu colega/concorrente deu, meu chefe disse que ia me orientar para colocar, e é claro, tomei. Mas aprendi.... vamos aos detalhes.
Nas redes sociais da cidade só se fala disso, o dono de uma agência de modelos que estaria aplicando golpes. Escrevi a matéria e liguei para o acusado para ouvir o lado dele. O homem não quis falar e ainda me ameaçou. A matéria saiu no final de semana e ele só pode procurar a imprensa na segunda feira (chorou o final de semana todo). Foi quando me ligou dizendo que daria uma coletiva esclarecendo as acusações.
Chamei uma outra jornalista, de uma revista, que está encabeçando a lista das denúncias e levando a história toda a diante. Ela não havia sido convidada, mas fomos juntas. Outro jornal da cidade também estava lá, repórter e fotógrafo. O homem se recusou a falar com a colega da revista, disse que a atenderia depois e no fim só entregou uma folha de papel com declarações. Outro jornal só foi recebido meia hora depois que saímos, a coletiva deles era mais tarde!!!
Na sala dele, os três repórteres ouviram muito e perguntaram pouco. Um assistente/segurança cuidava da câmera que estava gravando tudo. Num vaso, outra câmera escondida piscava enlouquecidamente. As provas que ele apresentou eram blocos de notas que não se via nada, pois o carimbo devia ser muito ruim ou velho demais. E um currículo de umas quinze páginas, composto por trechos de e-mails. Vê se pode.
A entrevista terminou, todos se retirem, mas “Débora, você pode ficar um momento, por favor”. Aquele momento foi desnecessário! O homem já não tinha mais o que falar, nunca deve ter dado uma entrevista coletiva antes, e achou que fazendo aquele drama todo ia me convencer da inocência dele.
Mas enfim.... essa história ainda está muito longe de terminar. Depois que o inquérito policial estiver pronto eu conto o resto, ou quando formos chamados para outra coletiva desse tipo, para novas risadas.
Ah! Uns causos da vida de jornalista... Esses são mais leves, garanto
Outro dia fui numa loja e comecei a olhar blusinhas, quando a vendedora apareceu e ofereceu ajuda. A cara dela não me era estranha, mas sempre fico sem graça de perguntar “te conheço?”. Então foi ela quem começou o questionário: é da universidade? Do grupo de teatro? Da academia? Nada. Até que disse que trabalhava no jornal, aí ela lembrou que nos encontramos no hospital, quando fui fazer uma matéria sobre a falta de médicos.
Essa semana, outra vez, num velório (minha mãe ia adorar!). O homem me cumprimentou, achei que era um desses políticos que dá oi pra todo mundo, retribui o sorriso e fiquei procurando nos arquivos da memória de onde eu lembrava dele. Não aguentei e acabei perguntando, foi tranquilo, sem drama. O melhor é mesmo não criar caso e ser sincero, sempre! “Desculpa, não me lembro de onde te conheço. Como é mesmo seu nome? Você faz o que mesmo?” Pode parecer descaso, mas cheguei a conclusão de que é melhor esclarecer logo.
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